O corte das asas de aves é o processo controverso de cortar as penas primárias das asas de uma ave ou as penas que a permitem voar para que ela não seja totalmente capaz de voar, até que ela troque, solte as penas cortadas e tenha crescidas novas penas em seu corpo.
Esse corte é geralmente realizado por veterinários, funcionários de lojas de animais, criadores ou pelos próprios donos das aves.
Na maior parte dos casos, é realizado em aves de estimação, particularmente papagaios e calopsitas.
Se realizado corretamente, é um procedimento indolor e bastante distinto do pinionamento, que é realizado por amputação da asa na articulação do carpo.
O objetivo desse corte é impedir a fuga da ave doméstica.
As técnicas para cortar as asas variam principalmente no número de penas cortadas e na quantidade de cada pena deixada para trás.
Um corte leve em apenas uma das asas pode prejudicar muito o voo de uma ave, pois torna a ave desequilibrada no ar, então sempre deve ser realizado em ambas as asas.
Na maioria dos casos, apenas as penas do voo primário são cortadas, e um número igual de penas é aparado em cada asa para evitar que a ave fique desequilibrada no voo.
O corte mais comum envolve o das penas de voo primário abaixo do nível das penas de contorno primárias (geralmente removendo cerca de metade a um terço do comprimento da pena de voo).
Este corte é rápido e simples de fazer.
Vamos ver por outro lado!
Pense nos nossos cabelos, de humanos, eles caem e são substituídos.
Com as penas das aves as penas também não permanecem as mesmas ao longo da vida delas.
Mas, enquanto os nossos fios de cabelos estão sendo sempre renovados, no caso das aves, essa substituição costuma ocorrer só em determinadas épocas do ano.
E é a fase conhecida como muda de penas.
Espécies grandes como as araras podem levar mais de um ano para completar uma muda, mas espécies menores como as calopsitas mudarão dentro de algumas semanas.
Assim, as aves maiores, e aquelas com maior carga de asa, permanecem vulneráveis por um período mais longo, uma vez que estão mudando quase continuamente.
Um corte de asa ‘leve’ simétrico permite que uma ave voe para baixo e pouse com segurança enquanto estiver dentro de casa.
Mas esse corte pode não impedir que a ave voe ao ar livre, uma vez que a elevação é gerada proporcionalmente à velocidade do vento.
O que se descobriu é que muitas aves fugitivas que foram recuperadas tiveram suas asas assim cortadas.
Então, embora um corte leve permita o voo para baixo dentro de casa, ele não impede que a ave alce voo se ela tiver que escapar para o exterior, então é importante também telar as janelas da sua casa.
E além dos efeitos físicos do corte da asa, podem ocorrer efeitos de comportamento adversos.
As aves usam o voo como uma ação reflexa instintiva e como seu primeiro meio de escapar de qualquer ameaça: elas procuram voar para cima e para longe da fonte da ameaça.
Quando este comportamento é impedido pelo corte das asas, esta ação de reflexo é negada à ave, e seu medo não diminui.
Isto pode causar problemas de comportamento para a ave, que pode ficar aflita.
Portanto pássaros que receberam esses cortes não devem ser levados para o exterior sem restrições, já que mesmo pássaros que receberam esses cortes são conhecidos por voar para longe quando estiverem ao ar livre e ficarem assustados.
Aprender a voar também ajuda um pássaro a aprender a pousar com segurança, uma habilidade importante mesmo em aves que tiveram suas asas cortadas.
Controvérsia
Embora o corte seja endossado por alguns veterinários de aves, outros se opõem a ele.
Ao restringir o voo, o corte de asas pode ajudar a evitar que pássaros dentro de casa corram o risco de se ferir com ventiladores de teto ou voem contra grandes janelas.
Mas nenhuma evidência mostra que pássaros com as asas cortadas estejam mais seguros do que os de asas completas, apenas que pássaros com as asas cortadas estão sujeitos a diferentes tipos de acidentes do que os pássaros com asas completas.
Pássaros de estimação que são sociais (como papagaios) também podem ter suas asas cortadas para que seja diminuída a independência, na tentativa de torná-los mais domesticados e fáceis de controlar, forçando a se socializarem mais com seus donos.
No entanto, os pássaros podem ser treinados para aceitar solicitações ou comandos de voo, e isso elimina a necessidade de cortar as asas.
Algumas pessoas acham que cortar as asas é uma prática cruel ou prejudicial à saúde, pois nega a um pássaro sua maneira mais natural de se locomover, fazer exercícios e evitar situações de medo.
Embora as aves que recebem cortes possam e devam ser encorajadas a fazer exercícios de bater as asas, isso não oferece o mesmo exercício que o voo.
Outros acham que, para pássaros que podem escalar bem, o corte das asas é uma prática de segurança necessária para eles em muitas situações.
Enfim, o assunto é muito polêmico e no final a decisão de se cortar ou não as asas da sua ave é PESSOAL.