Será que cachorro pode comer a comida de gente? Para evitar qualquer problema, o melhor é sempre fazer algo especialmente para eles, e foi o que foi demonstrado no episódio 6 do Manual Pet (clique aqui), quando  fizemos uma receita de um biscoito para cachorro.

É algo simples, barato e pode ajudar nestes tempos de quarentena – também em tempos mais normais. Obviamente, não é só o biscoito especial feito para os cães que pode ser dado como alimento, já que, com moderação e sabendo o que se está dando ao animal, alguns alimentos in natura e algumas receitas de alimentos humanos podem ser compartilhadas, na devida medida, com os cães.

 

Você sabe o que pode e o que não pode dar como alimento a seu cão ou gato?

Não é nada incomum humanos darem algo de seu alimento a seus animais de estimação.

Como devemos sempre buscar a melhor orientação, cabe sempre procurar conhecer quais alimentos são adequados e quais não devem ser nunca dados aos pets, porque há alimentos que podem até matar o animal.

Sim, e isso tem o significado exato do termo ‘matar’, sem nenhum exagero. Certas substâncias não são digeridas pelos animais, são verdadeiros venenos para eles.

 

Além da ração

Os donos podem achar monótono demais um ser que eles amam ficar sempre comendo a mesma coisa, ou seja, a mesma ração. Só que normalmente a ração já fornece todos os ingredientes necessários para que o animal tenha uma vida saudável.

De vez em quando, algum alimento humano pode até ser introduzido à dieta do animal, mas, para isso, deve-se ter a adequada orientação.

O importante é saber que a ração é insubstituível. Isso significa que outros alimentos são apenas complementos, algo como petiscos, para o pet, nunca uma refeição balanceada e completa, como é a ração.

Se o animal apresentar algum tipo de alergia a um componente de uma determinada ração, o melhor é procurar um veterinário que possa orientar quanto à melhor ração, com componentes nutricionais que atendam às necessidades do animal, sem o incomodarem com o problema da alergia. Há, inclusive, veterinários que conhecem muito bem determinadas raças, alguns até são criadores e sabem muito especificamente o que pode servir melhor ao bichinho.

 

Alimentos simples, sem tempero

Uma das frutas mais apreciadas pelos pets é a banana. Cortada em pequenos pedaços, vai bem como petisco (aliás, vai muito bem). Não se preocupe, que eles não comem as cascas, no caso de roubarem da fruteira alguma banana (experiência com o Ian, o cocker branco e laranja que aparece em alguns episódios do Manual Pet: ele roubou duas da fruteira e conseguiu comê-las sem tocar nas cascas! E o mais engraçado: ele já é um senhor de 13 anos, mas continua aprontando!).

Uma segunda fruta, saborosa e que também vai bem, se cortada em pedacinhos, como petisco, é a manga. Notem: pequenas quantidades, sempre, mas jamais manga verde. A preocupação com o caroço existe, principalmente para animais que gostam de ficar roendo tudo. Sempre é bom alertar: os humanos não devem permitir o acesso dos pets aos caroços das mangas – assim como as cascas de banana, nunca se sabe o que eles aprontarão.

A terceira fruta permitida é a melancia – SEM SEMENTES. E deixamos claro para quem tem preguiça de limpar a melancia de suas sementes: se os humanos não as comem, por que deveriam achar que seus pets as ingeriram?

Uma folha que pode ser ministrada e que é ótima para cães com problemas digestivos é a alface, que pode ser ministrada junto com a ração, picada e sem absolutamente nenhum tempero. Um apaixonado por cães e que às vezes faz uns biscoitinhos para eles sempre adverte que a quantidade de sal  para uma salada humana não se coaduna jamais com um animal que tenha uns 5 a 15 quilos apenas. O mal que um tempero pode fazer a seu pet  pode ser enorme. Então, nada de temperos quando der qualquer alimento humano a seu cão.

A maçã, sem as sementes, também é ótima fruta.

Os tomates, apenas os vermelhos, bem maduros, e sem sementes. Os verdes jamais, porque contêm uma toxina presente nas partes verdes da fruta, chamada glicoalcalóide, absolutamente danosa, em qualquer quantidade, aos pets. Também jamais dar tomates com temperos. Cozidos são o ideal, servindo como petisco, sendo que mesmo quantidades razoáveis não fazem mal ao seu pet, mas evite substituir uma refeição balanceada por apenas tomates.

Uvas jamais: uma quantidade muito pequena, como somente 6 uvas (sic) podem causar insuficiência renal aguda no seu pet.

Cebola é extremamente indigesta para os pets: o tiossulfato presente nas cebolas é tóxico para os animais, que podem desenvolver  anemia.

Finalmente, a fruta talvez mais letal é o abacate. Em quantidades razoáveis, pode levar a um desarranjo intestinal grave e até à morte do animal.

 

Os alimentos processados

Ah, mas não pode chocolate?

Não, não e não.

Se humanos podem ser chocólatras, cães jamais podem chegar perto de chocolate. A teobromina, principal componente desse alimento processado, não é digerida pelos pets. A dose daninha é a de 100 a 150 miligramas por quilo de seu peso corporal, mas não se deve nem começar a gerar o hábito.

O leite, outro alimento processado que curiosamente alguns ministram a animais, especialmente a filhotes, não é aconselhável, porque os pets não conseguem digerir a lactose, que é praticamente a alma do leite e de seus derivados, a qual pode causar-lhes, entre outros problemas digestivos, diarreia.

E aquele pedaço de pizza? Da última vez, ele passou bem, não aconteceu nada! Só que é bom saber que isso nem sempre pode acabar bem. Prevenir é sempre melhor do que remediar, porque nem sempre é possível remediar. Alimentos processados, especialmente os comprados já para imediato consumo, contêm temperos, que não são bem assimilados pelo organismo dos pets.

Na dúvida sobre alimentação, a consulta ao veterinário é sempre o melhor caminho. Seja um dono responsável, procure a orientação devida, sempre!


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