ESCOVAR OS DENTES DO SEU CACHORRO: UMA NECESSIDADE
Cães precisam escovar os dentes, assim como nós, humanos. Saiba que o bafo que apresentam pode ser um sinal de tártaros, talvez em caso que necessite de uma limpeza, feita com o uso de anestesia geral, como numa cirurgia. Esse problema pode ser evitado.
A IMPORTÂNCIA DE MANTER A SAÚDE DOS DENTES DO SEU CÃO
Por que os dentes são importantes para a saúde de seu cão?
Porque o animal, por meio da mastigação, tritura o alimento para ser absorvido e processado pelo sistema digestivo, distribuindo os nutrientes do alimento para manter o animal saudável.
Na natureza, é mais provável que o animal coma alimentos de texturas variáveis que ajudariam o animal a eliminar de seus dentes os restos de alimentos, além de o animal não comer açúcar nem alimentos que possam prejudicar a saúde de seus dentes, diferentemente dos cães de cidade, que muitas vezes comem alimentos que podem fazer mal à saúde bucal deles.
A escovação dos dentes do seu cão é muito importante e necessária.
Segundo os veterinários, ela deve fazer parte da rotina de cuidados diários do cão. Isso permitirá que o seu animal tenha uma qualidade de vida maior.
E o ideal é que a escovação seja diária ou, pelo menos, três vezes por semana.
Assim como no ser humano, a escovação evita o avanço da formação das inevitáveis placas bacterianas, que, quando acumuladas em excesso, levam à formação de tártaros.
O mau cheiro (bafo) que só piora com o tempo é já provavelmente o tártaro se formando e aumentando dia a dia.
PROBLEMAS DECORRENTES DA FALTA DE ESCOVAÇÃO
Evitar o tártaro é vital porque há o risco de o excesso de bactérias presentes na boca de seu cachorro, pelo acúmulo do resto de comida, caírem na corrente sanguínea e prejudicarem os órgãos vitais, como coração, rins e fígado, que podem ser seriamente afetados.
A falta de escovação pode causar ainda infecção na gengiva, o que pode levar à perda dos dentes do animal.
E é muito mais difícil cuidar de um cão que perdeu os dentes e doente do que de um cão com a saúde, inclusive e principalmente a bucal, em dia.
A inflamação e a infecção na gengiva, conforme apontam os veterinários, levam à dificuldade para o animal se alimentar, então, pode ocorrer de o animal ter dificuldade para comer a ração sólida, que é mais firme, mesmo tendo fome.
Há a necessidade, nesse caso, de amolecer a ração ou dar comida mais pastosa, que ele pode aceitar melhor do que a ração, que muitas vezes é melhor do que certas comidas, as quais podem não conter todos os nutrientes necessários em condição balanceada, como é o caso da ração.
A dor causada por inflamações e infecções impedem o cão de se alimentar adequadamente, portanto.
A escovação evita a formação de abscessos dentários, porque algumas raízes de alguns dentes são próximas à órbita ocular.
Há casos graves de abscessos que podem acabar por expandir-se para a face do animal, por supuração, e comprometer a própria visão dele.
COMO FAZEMOS A ESCOVAÇÃO DO NOSSO CÃOZINHO?
A primeira noção que temos que ter é a do creme dental.
Existem pastas dentifrícias apropriadas para os animais, o que significa que jamais poderemos utilizar pastas de dentes de humanos para os dentes dos nossos amiguinhos animais.
A segunda providência é a de obtermos a escova adequada.
Existem algumas escovas para dentes de animais, mas podem ser usadas escovas infantis, aquelas com cerdas bem pequenas e macias.
No caso de falta de escovas, uma gaze enrolada no dedo do tutor é uma solução possível.
O importante é acostumar o animal a ter sua boca sendo manipulada, se possível, desde filhotes.
Um dos métodos para iniciar o hábito é começar a passar um dedo em alguns dedos, com ou sem gaze enrolada nele.
No início, utilize apenas água, fazendo movimentos circulares do fundo da boca do animal para frente, dos dois lados da arcada dentária.
É natural que leve algum tempo para o cão se acostumar com essa manipulação e permitir que você coloque uma escova dentro da boca dele, mas você não deve desistir.
Procure fazer uma associação do ato de escovar os dentes com algo bom, como promover a escovação antes de um passeio, por exemplo.
Algo que existe para cães e que é muito útil são acessórios e brinquedos que podem auxiliar na higiene bucal de nossos pets.
Eles podem ser incorporados como uma medida auxiliar, mas não é recomendado pelos especialistas que se substitua a escovação por esses objetos.
Lembre-se sempre de que é importante promover a higienização dos dentes de seu animal tanto quanto é importante manter a de seus próprios dentes.
Diminuir o bafo e garantir a saúde do seu animal de estimação são duas consequências imediatas.
Uma dica que podemos oferecer a quem não tenha muita ideia de como seduzir o seu cão para o ato da escovação é dar ao animal uma bolinha para que a segure com os dentes.
Enquanto ele está com a bolinha na boca, os dentes ficam à mostra, permitindo que você os limpe com maior facilidade.
E QUANDO O TÁRTARO JÁ ESTÁ INSTALADO?
O tártaro é uma placa bacteriana que endurece na superfície dos dentes e, quando já avançado, pode causar sérios problemas ao cão.
Em estágios avançados, o tártaro pode causar gengivite e doença periodontal, que é uma doença na gengiva que pode levar a uma dificuldade na mastigação.
Em estágios mais avançados, essas bactérias podem chegar à corrente sanguínea, causando sérios problemas nos rins, fígado, coração e pulmões.
Podemos desconfiar de que há placas bacterianas possivelmente com formação de tártaros se ele apresentar a base dos dentes meio amarelada ou até mesmo na coloração marrom e exalar um mau cheiro (bafo) persistente.
O nível de acúmulo de tártaro, porém, é possível ser detectado apenas pelo veterinário, que realizará uma avaliação clínica para determinar esse nível.
No caso de muita placa acumulada, será necessária uma limpeza.
Normalmente, o veterinário solicitará alguns exames, como radiografia, ultrassom e eletrocardiograma, dentre outros.
Tudo isso é necessário porque, para a remoção dos tártaros, o procedimento envolve uma anestesia geral.
O procedimento em si é simples, o tutor não precisa entrar em pânico se ouvir do veterinário que há a necessidade de que o animal seja submetido a esse processo com a anestesia geral.
Como todos podem facilmente perceber, animais não se submetem a um procedimento dentário como os humanos, eles devem ser completamente anestesiados para que o veterinário consiga realizar o trabalho de retirada dos tártaros.
O procedimento não tem nenhum risco de que o animal seja ferido.
O veterinário Thiago Salvador pondera que prevenir o tártaro em animais é exatamente feito pelo mesmo processo que nos seres humanos: pela escovação diária ou até mesmo, se possível, duas vezes ao dia.
Nós, seres humanos, quando, antes de dormir, por exemplo, passamos a língua sobre a superfície de algum dente e sentimos uma pequena camada fina sobre o dente, algo com uma saliva mais densa, já estamos diante do início da formação potencial do tártaro.
Com o cão ocorre o mesmo.
É por isso que se deve escovar, no mínimo, duas vezes por dia os dentes do animal: retirar a placa que se está formando.
O correto é sempre promover a escovação após a administração de alimentos em quantidades maiores, ou seja, após as refeições mais importantes, quer dizer, com os animais deve haver o mesmo tratamento que com os humanos.
RASPAGEM DO TÁRTARO
A limpeza do tártaro é uma raspagem do dente do animal, como a que os humanos fazemos ou deveríamos fazer.
A diferença fundamental é que o animal recebe esse tratamento após estar desacordado, por meio de anestesia geral.
A anestesia geral pode ser feita também para animais idosos e/ou com problemas cardíacos.
O veterinário terá que realizar exames preliminares para ver, caso a caso, o melhor procedimento.
Em princípio, idade avançada ou problemas cardíacos, em si, dependendo da avaliação do veterinário, podem não representar obstáculos a que o cão seja submetido a uma anestesia geral.
O preparo para esse procedimento, que se assemelha ao de uma cirurgia, envolve um período de jejum e mais algum preparo que será indicado pelo veterinário.
Todos os cuidados preliminares e imediatamente posteriores à raspagem de tártaros devem ser rigorosamente cumpridos pelos tutores.
O animal sai da clínica, após a raspagem dos tártaros, no mesmo dia, após ter já recobrado a consciência, após passado praticamente todo o efeito da anestesia geral.
Ele poderá estar ainda sonolento, sendo esta a única reação normalmente percebida.
Em caso de algum comportamento não usual, sempre é recomendável manter a comunicação pronta com o veterinário, para, se for o caso, retornar à clínica.
Existe, segundo o veterinário Thiago Salvador, uma anestesia diferenciada, que não é a anestesia geral, aplicada a animais com determinadas cardiopatias que o tornam não apto para ser submetido ao procedimento com anestesia geral.
Com o avanço da veterinária, há hoje vários fármacos para controlar todo o processo.
O avanço do tártaro, já com a transferência de bactérias em excesso para a corrente sanguínea pode levar o animal a ser acometido por uma endocardite.
No caso de animais com cardiopatia, o acúmulo de tártaros pode até piorar a condição cardíaca já existente.
Então, é também recomendável para animais cardiopatas, com todos os controles que já existem, promover a limpeza de tártaros, se necessário.
Não será, obviamente, uma placa única, isolada, pequena, que comprometerá a saúde do animal, cardiopata ou não, mas uma quantidade muito grande, ao longo do tempo, pode causar algum problema ao animal.
O procedimento deve ser feito por um veterinário especializado em odontologia animal, principalmente se houver a necessidade de extração de um ou mais dentes.
Quer saber mais sobre o tártaro?
Confira o vídeo a seguir: