Se alguém disser que obesidade é uma doença, não estará ofendendo pessoas ou animais gordinhos. E que tipo de doença é? Uma doença nutricional. E cães também podem ser acometidos por essa doença.
O que define a obesidade é o excesso de gordura corporal. Ela é um problema predominante em animais de estimação criados em casa, não nos encontrados nas ruas. Nos EUA, por exemplo, segundo uma pesquisa de 2018, de uma associação para a prevenção de obesidade em animais de estimação, revelou que 56% deles tinham excesso de peso. Quais as consequências da obesidade para os cães?
Efeitos adversos
Os efeitos adversos à saúde dos cães podem ser sérios e até reduzir a vida útil do animal, mesmo que ele só esteja moderadamente acima do peso. Ela pode estar associada a vários problemas de saúde importantes, como diabetes, doenças cardíacas e artrite. O melhor, então, é manter um peso corporal saudável para seu animal de estimação, para melhorar a qualidade vida geral dele.
Há raças com maiores riscos de se tornarem obesas?
Não há uma raça específica que apresente predominantemente o problema, mas cães que são superalimentados, os que não conseguem se exercitar ou que acabem retendo, por tendência, gordura corporal, estes têm maior risco de se tornarem obesos.
Quanto à questão da idade ou de outra condição, podemos indicar que a faixa etária em que é mais comum a obesidade é entre 5 e 10 anos, sendo que a castração e a condição de viverem muito tempo em ambientes fechados favorecem também a obesidade.
Os sintomas
Um cão acima do peso apresente os seguintes sinais básicos ou sintomas: ou sinais básicos:
- A diferença numérica (para mais) manifesta na balança quanto aos quilos;
- A gordura corporal excessiva, por exemplo, com a ocorrência de nódulos de gordura;
- Falta de vontade ou até incapacidade de se exercitar;
- Medição de índice de condição corporal alto.
As causas
Várias são as causas da obesidade nos cães, sendo a mais comum o desequilíbrio entre a ingestão e o uso de energia, ou, em outras palavras, o cão consome mais calorias do que consegue gastar.
1. Desequilíbrio na velhice
Na velhice, observa-se também uma diminuição normal na capacidade de um cão se exercitar, devido a problemas articulatórios e/ou a outras condições, o que colabora para esse desequilíbrio energético.
2. Guloseimas ministradas por humanos
Os tutores e pessoas que oferecem alimentos aos cães podem agravar a condição ao oferecerem alimentos com alto teor calórico, guloseimas frequentes e sobras de mesa.
3. Hipotireoidismo
Entretanto, há outras causas comuns, que são hipotireoidismo, insulinoma, hiperadrenocorticismo (a chamada Síndrome de Cushing) e a castração.
O hipotireoidismo é o funcionamento deficiente da glândula tireoide, que se localiza no pescoço do animal. Há um desregulamento na produção de hormônios, ou seja a tireoide baixa a produção de hormônios que regulam a energia do pet. Além do ganho de peso, o animal pode apresentar letargia, fraqueza, feridas, queda de pelos e depressão. Para melhorar a condição do cão com hipotireoidismo, é necessário que haja a reposição de hormônios, algo que costuma durar a vida toda do animal. É um problema que acomete geralmente cães adultos, que o desenvolvem a partir de componentes genéticos, havendo predominância do problema nas raças labrador, goldenretriever, beagle e cocker. Dietas especiais para cães com hipotireoidismo são também geralmente prescritas.
4. Insulinoma
Insulinoma é um tumor maligno, que normalmente se encaminha para metástase. É uma doença gravíssima, mas rara. A tendência é de se manifestar em raças de médio e grande porte, de meia idade ou idosos, com maior risco para as raças pastor alemão, boxer, poodle, setterirlândes, collie e fox terrier.
5. Síndrome de Cushing
O hiperadrenocorticismo, conhecido também como Síndrome de Cushing, tem relação direta com as glândulas endócrinas (excesso de produção de cortisol) e é também doença mais comum em cães de meia idade e idosos, acometendo com maior incidência animais pequenos. Como a doença provoca apetite exacerbado e prostração, com atrofia muscular, o cão fica muito tempo sem exercício e acaba se tornando obeso.
6. Castração
Nem todo cão castrado acaba ficando obeso, mas a castração pode ocasionar, sim, obesidade, devido a mudanças hormonais que podem tornar o cão mais calmo, sem muita energia para exercício, algo que, se acompanhado de alimentação não muito vigiada, pode levar à obesidade.
Diagnóstico
Como verificar se o cão é obeso? Antes, é preciso esclarecer que estar um pouco acima do peso, ou um pouco gordo, não significa estar obeso.
A obesidade é diagnosticada medindo-se o peso corporal do cão, medição cujo resultado deve levar a um escore de condição corporal (ECC), que envolve a avaliação da quantidade de gordura no corpo.
Normalmente, o veterinário examinará o cão sentindo as costelas, a região lombar, a cauda e a cabeça. Ele fará medições e comparará os dados com o padrão da raça.
O que é ser um cão obeso
Ser obeso para um cão significa ter um excesso de peso corporal de aproximadamente 10 a 15%. Existe um sistema de pontuação para a obesidade que tem até 9 pontos, no qual os cães obesos são os que apresentarem condição corporal acima dos 7 pontos.
Tratamento da obesidade em cães
A perda de peso deve ser gradual e sustentável a longo prazo. Só há dois métodos universalmente conhecidos e óbvios: reduzir a ingestão de alimentos e aumentar a atividade física para o animal.
Dieta
O veterinário que cuida do animal pode ajudar a criar um plano de dieta, com horário de alimentação e ingestão diária recomendada de calorias.
Alimentos para perda de peso para cães ricos em proteínas e fibras alimentares, mas com baixo teor de gordura, são normalmente recomendados, uma vez que as proteínas estimulam o metabolismo e o gasto de energia.
A proteína também ajuda a proporcionar uma sensação de saciedade, para que seu cão não sinta fome novamente logo após comer. A fibra alimentar também ajuda os cães a se sentirem saciados depois de comer, mas, diferentemente das proteínas, contém pouca energia.
Exercício
Aumentar o nível de atividade física do seu cão é vital para a perda de peso bem-sucedida. Tente passar com ele com a coleira por pelo menos 15 a 30 minutos, duas vezes por dia e brincando com ele para estimulá-lo a se movimentar, com jogos de pegar objetos, por exemplo.
IMPORTANTE: condição para o exercício!
Antes de iniciar um regime de exercícios , verifique com seu veterinário se o seu cão está livre de condições relacionadas à obesidade que podem dificultar o exercício, como artrite ou doenças cardíacas.
Vida e Gestão
O tratamento de acompanhamento da obesidade inclui a comunicação regular com o veterinário, o monitoramento mensal do peso do seu cão e o estabelecimento de um programa de manutenção de peso a longo prazo, uma vez atingido o índice ideal de condição corporal do seu cão.
Com um firme compromisso com o peso saudável do seu cão, você pode se sentir confiante de que ele está se sentindo melhor.