Há vários estudos comportamentais sobre gatos que mostram uma explosão de vitalidade do nada, que geralmente não envolve ativamente os donos, mas os torna apenas os observadores da movimentação muito grande dos felinos. E o que é pior: esses momentos acontecem especialmente à noite, talvez enquanto os tutores decidem relaxar em frente à TV após um dia cansativo de trabalho.

Por que isso acontece?

Vamos começar supondo que isso é um excesso de energia, que o gato expressa com uma alegria a mais, porque ele, na natureza, é um predador muito ativo que, ao se alimentar de presas pequenas (principalmente roedores ou outros mamíferos muito pequenos), deve fazer de 10 a 15 refeições por dia e, para conseguir isso, faz viagens de caça! Muitas das quais não são bem-sucedidas, às vezes chegando a umas 40 por dia, o que o faz gastar bastante energia. Isso… na natureza!

 Agora, na nossa vida urbana sedentária, eles não precisam caçar nada e acabam acumulando energia que não extravasam e que é liberada nesses lampejos de repentina “loucura”.

Mas essa energia é preocupante?

Não, porque é algo alegre e que geralmente não traz danos a móveis e acessórios, ainda que o gato fique zanzando e trepando por eles agitadamente – ele, claro, já terá uma rotina e saberá muito bem como fazer até para não cair.

Por que sempre à noite?

Mas que diabos tem que ser a agitação justamente à noite?

Digamos que o gato é um animal crepuscular, portanto, é mais ativo nos momentos de transição entre claro e escuro e vice-versa, o que significa que também o amanhecer é outro momento de muita atividade, às vezes para nossa frustração – justamente no momento em que queríamos esticar um pouco mais o sono!

Esses momentos geralmente coincidem também com a presença dos donos em casa. Às vezes, se o gato está entediado, ele, diante de um pouco de vida estimulante, a partir da expressão fisiológica da vitalidade, exibe uma atividade que pode se transformar em um estado de excitação excessiva, com o objetivo de desencadear uma reação em nós, humanos, seja ela qual for, mas sempre com o sentido de chamar a nossa atenção.

 

O que fazer se o gato exagerar?

1ª.) Nosso gato está feliz, e estamos oferecendo a ele uma vida satisfatória em relação às suas necessidades?

Se ele não estiver confinado em casa sozinho o dia todo, mas puder sair e caçar (junto ao dono em passeios controlados), se não for excitado demais por brincadeiras, suas manifestações de “loucura” provavelmente serão equilibradas e alegres.

2ª.) Oferecemos estímulos, enriquecimento ambiental, jogos interativos e exploratórios?

A melhor ferramenta para brincadeiras que simulem atividades predatórias (de caça e presa) é a vara de pescar, porque dissocia o movimento da nossa mão do da “presa”.

3ª.) Em caso de comportamento hostil, evitamos qualquer reação?

À noite, ou de madrugada, às vezes é espontâneo “ceder”, levantar-se e talvez dar comida para que o bichano dê uma trégua. Cuidado: isso fará nosso amigo entender que sua estratégia foi bem-sucedida, e ele insistirá nela, enriquecendo-a com sua imaginação!Cuidado também com punições, porque, mesmo uma leve punição representa uma reação, que não é satisfatória, mas que de alguma forma estimula o animal e pode desencadear um círculo vicioso feito de nervosismo e agressão.

O melhor é o tutor fingir que não percebeu nada: dado o fracasso de sua estratégia perturbadora, o gato a abandonará. Mas tenha cuidado, porque, uma vez que um ritual tenha sido estabelecido, uma noite não será suficiente para voltar à paz: nossos amigos sabem ser muito persistentes!

É, tutores: educar exige paciência!


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